sesc ribeirão preto
concurso nacional de arquitetura | ribeirão preto, 2013
A rua será sempre o palco mais genuíno da vida pública, da festa, do passeio. A rua é o norte desta proposta: a rua eixo que atravessa o quarteirão e é animada pela múltipla sequência de programas do Sesc; a rua ladeira que leva à praça-teatro, oferecendo o estar inusitado no plano inclinado; a rua esplanada, largo que reúne as pessoas para a contemplação da cidade e do rio, desde a privilegiada cota alta.
Mais do que a rígida separação funcional, interessa a fruição conjunta dos programas esportivos e culturais – lastro referencial da instituição. Interessa o percurso por esta cidadela, o encontro casual do aluno com a nadador, do leitor com o carrinho de bebê, do grupo de excursão com o corpo de baile.
Os caminhos se encontram sempre, mas descansam em três pontos. Na rua baixa se cruzam os visitantes desavisados que descobrem ali uma biblioteca, os idosos que param para um café e os apressados a comprar um bilhete para mais tarde. Na praça-teatro os que comem ao sol, os que esperam que se abra a grande porta do palco e os skatistas à espreita da ladeira vazia e do colega que manobra na calçada. Na esplanada, aqueles a quem interessa o pôr do sol, os grupos de jovens à espera do horário combinado, os doze jogadores tomando suco e crianças por toda a parte.
O edifício existente – restaurado, com a remoção de interferências e acréscimos indesejáveis – passa a abrigar os programas de organização e gestão administrativa no pavimento superior. O térreo, como alargamento da rua-eixo, recebe programa da convivência e a biblioteca, oferecida de imediato aos visitantes.
Paralelas à rua térrea, respeitando a localização original, são redesenhadas as piscinas recreativas. O eixo da rua é repetido em cota alta como solário: água, orla e rua repetindo a configuração tão cara de nossas cidades litorâneas. No chão, ao pé da rua, o atendimento ao público, também exposto ao primeiro contato do usuário.